20.3.09

"Açeçoria de Imprença"

| Chamuscado por Laritz |

É tarefa do assessor de imprensa criar imagem positiva de seu cliente. Para tal objetivo, faz contato com jornalistas, prepara entrevistas, envia releases e transforma em notícia tudo o que vê pela frente. Penso que todo jornalista deveria atuar nos dois lados, para entender como funciona cada um. Um assessor de imprensa só consegue boa resposta se conhece o funcionamento de uma redação, enquanto o repórter apenas entende a insistência do colega se já atuou nos bastidores da fonte geradora de informação.

No entanto, a profissão tem sido utilizada descontroladamente por pessoas que querem aparecer na mídia a qualquer preço e contratam "açeçores de imprença" capazes de enviar pérolas como a publicada na coluna Retratos da Vida: "O casamento de Mônica Carvalho, sexta-feira, promete... Ela vai chegar à Igreja na Fonte da Saudade usando brincos de brilhante, em forma de gota, que custam R$ 30 mil. A atriz vai sair da cerimônia e vai à festa, na Hípica, em uma Ferrari vermelha. Já na Hípica, o tapete será todo branco. Quer mais? A lua-de-mel será em um cruzeiro por Marrocos, Portugal, Espanha e França."

Como jornalista que já atuou nas duas frentes de batalha, pergunto: 1) O que tem feito de produtivo a tal Mônica Carvalho, além de ostentar luxo em momento de crise global? 2) Quem é o noivo? 3) O release foi feito com a finalidade de divulgar a imagem da tal "celebridade" ou de atrair bandidos para a festa? 4) E, finalmente, o que as bodas dessa moça interessam para simples mortais pagadores de impostos como nós?

3 comentários:

Unknown disse...

Dá até desanimo ser jornalista as vezes. Cada peça que se acha um profissional de cominucação, e usa o seu trabalho para fins próprios, ou para escrever sobre pseudo celebridades.

Sei lá, não me surpreendo com mais nada.

Julio Sonsol disse...

Notícias sobre os olimpianos, meu caro Herbert marshall mcluhuan... Isso sempre rende e se transforma em prato do dia nos melhores cabelereiros do Meyer. O meio é a mensagem.

Laritz disse...

E viva os Ibrahim Sueds da vida!

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