1.5.09

Quinze anos

| Chamuscado por Laritz |


Lembro como se fosse ontem: naquela manhã de domingo, acordamos assustados. Um telefonema alertava para que ligássemos a televisão com urgência. Ayrton Senna acabava de bater violentamente sua Williams contra o muro de proteção de uma curva, a maldita Tamburello, no circuito de Ímola, na Itália. Quando focalizamos as primeiras imagens e ouvimos os lamentos de Galvão Bueno, já percebemos que ele não resistiria. Mas mantivemos a esperança e as preces até ouvir a triste declaração oficial: um dos maiores pilotos de Fórmula 1 de todos os tempos havia partido para outro mundo no auge de sua carreira.

Naquela época, meu ex-marido era editor de Esportes de um jornal que não circulava às segundas-feiras. Enquanto ainda assistia às imagens do resgate, convocou sua equipe por telefone, correu para a redação e montou uma edição extra sobre a morte de Ayrton Senna. Eu dirigi chorando até Ribeirão Pires, pois trabalharia na organização da Festa de Nossa Senhora do Pilar, um dos eventos mais tradicionais da cidade, onde eu era assessora de Imprensa do prefeito e figura chave na recepção dos artistas convidados. Seria um dia festivo, cheio de shows, mas as pessoas circulavam caladas, carrancudas, com os ouvidos colados a radinhos de pilha buscando as últimas informações sobre o trágico acidente.

Não havia internet e ninguém tinha celular na época, então minha equipe de trabalho me fazia ligar de orelhão a cada 15 minutos para o jornal, a fim de atualizar as notícias. Trabalhamos sem um pingo de ânimo, como se tivéssemos perdido uma pessoa da família. Piloto habilidoso e extremamente carismático, Ayrton Senna foi um das figuras mais importantes do automobilismo. Com a McLaren, conquistou três títulos mundiais (1988, 1990 e 1991). Foram 41 vitórias, 65 pole positions e 80 pódios ao longo de 161 Grandes Prêmios disputados. No dia de sua morte, há exatos 15 anos, meu ex-marido fez uma comparação que não esqueço até hoje: Imagine o que aconteceria se Pelé caísse em campo, batesse a cabeça e morresse no auge da carreira. Foi isso que aconteceu com Ayrton Senna. E o Brasil parou para chorar.

6 comentários:

saidTV disse...

dia triste aquele!

Unknown disse...

Como o tempo passa rápido. 15 anos da morte do Senna.

Lembro como se fosse hoje do dia.

Senão me engrano foi o Roberto Cabrini quem deu a notícia na Globo da morte.

grupo unido de roda fogo disse...

Meus parabéns amiga peloseu trabalho. Sou seu seguidor do seu blog e gostaria que vc tb fosse a minha seguidora do meu blog. Um abraço de Manoel Limoeiro de Recife-PE.

Mosana disse...

eu me lembro bem... eu acordei com meu pai nervoso em frente a TV, ele e meu irmão não deixavam que ninguém emitisse ruído algum, tamanha era a concentração na TV.
Eu sentei ao lado deles na mesa e fiquei preocupada junto. Lembro que chorei.
Depois disso nunca mais vi a F1 com os mesmos olhos. Nem meu pai e irmão. Perdeu a graça.
Infelizmente ele se foi. Gente boa, nunca devia morrer.
Kisses

Sé disse...

Oieee,

Um pequeno errinho: acho que ele havia batido a sua Williams. Em 1994 o Senna tinha acabado de se transferir para tal escuderia, que naquele momento era a "the best"!

Laritz disse...

Obrigada pela correção, Sé. O erro já foi devidamente corrigido! Foi a emoção do momento que me causou esse lapso!

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